Cada dia que passa a ciência trás novidades, cientistas redesenham a ‘primeira flor do planeta’

Direito de imagem[email protected], JUERG.SCHOENENBERGER@UNIVEsta é a flor ancestral reconstruída em 3D.

Uma pesquisa recentemente divulgada na revista científica Nature Communications, desenvolvida por estudiosos da Universidade do Sul de Paris, na pequisa eles combinaram modelos das flores desde o início da Terra e compararam com flores do arquivo de dados sobre características de flores existente na atualidade, com isso descobriram que todas as flores existente hoje, derivam de uma única flor, que existiu a 140 milhões de anos atrás.

Eles recriaram a flor ancestral no modelo 3D: o que surgiu foi uma flor composta de órgãos,  com formato de pétala, formando um conjunto de três camadas sobrepostas, no centro tem os órgãos reprodutores masculinos e femininos.

Hervé Sauquet, um dos autores da pesquisa afirma que,  “Não há uma flor viva que se pareça exatamente com a ancestral – e por que haveria? Esta é uma flor que existiu há pelo menos 140 milhões de anos atrás e teve um tempo considerável para evoluir para a incrível diversidade de flores que existem hoje”.

Todos conhecemos as flores de hoje, pois  90% de todas as plantas terrestres vivas tem as estruturas reprodutivas parecidas. Mas sua origem e a evolução continuam sendo um mistério, pois não existem fósseis de flores do período dessa flor ancestral existiu.

Jason Hilton, da Universidade de Birmingham,  diz que “a estrutura e organização da flor ‘ancestral’ ainda é um enigma“.

“Por exemplo, nós não sabemos com certeza se a flor mais velha de todas era bissexuada ou monossexuada ou se ela era polinizada por insetos ou pelo vento.”

Na reconstrução da primeira flor, os cientistas registraram as seguintes características:  pétalas e sépalas – de 792 espécies vivas das flores.

Mapearam a distribuição das características na árvore evolutiva das plantas com flores, isso permitiu que fossem reconstruídas a aparência das flores nos momentos-chave de sua evolução – até chegar na imagem do antepassado  mais distante que fosse comum a todas.

“Para algumas das características que nós estudamos, o resultado foi surpreendente. Especialmente o fato de que órgãos (como sépalas, pétalas e estames) provavelmente estavam dispostos em verticilos em vez de espirais, como se acreditava antes“, diz Hervé Sauquet.

As flores podem ser monossexuadas ou bissexuadas – no caso, este estudo pressupõe uma flor ancestral bissexuada com órgãos masculinos e femininos.

“Este estudo é importante, porque nos diz o quão complexa provavelmente era a flor ancestral – agora nossa busca é encontrar algum registro ou fóssil dela. Isso se o modelo que estamos pensando for correto – apenas o tempo (e pesquisas mais aprofundadas) podem dizer isso “, finaliza Jason Hilton…